JORNAL ACRE

História de Vítima de Tráfico Humano, Senegalesa que Mora no Brasil, Será Retratada no Filme “Malick”

 

A história de Modou Awa Dieye, um jovem senegalês de 22 anos, que foi vítima de tráfico humano, será retratada no filme Malick. O longa, que está em fase de pré-produção, terá início das gravações em fevereiro, na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e traz à tona um relato de sofrimento, superação e busca por identidade.

Modou, que é também multiartista, saiu do Senegal em busca de uma vida melhor na Itália com a ajuda de seu tio. No entanto, ao chegar ao seu destino, descobriu que estava a mais de 7 mil quilômetros de distância de sua terra natal, no Equador. Sem saber, ele havia sido enviado ao país sul-americano e logo percebeu que se tornara vítima de tráfico humano. Fugindo dos criminosos, ele percorreu o Peru e a Bolívia até chegar ao Brasil, onde, finalmente, encontrou um novo lar.

Sua trajetória dramática serve de inspiração para o filme Malick, no qual ele é codiretor, junto ao cineasta Cassio Tolpolar. A história de Modou é um reflexo de tantas outras enfrentadas por refugiados que chegam ao Brasil, em busca de uma vida mais digna. Em 2024, o Rio Grande do Sul registrou o maior número de autorizações para migrantes e refugiados desde 2020, com 27 mil autorizações, marcando um crescimento de 103,4% em relação ao ano de 2020, segundo dados da Polícia Federal.

Malick conta a história de um imigrante senegalês de 25 anos que tenta se adaptar à vida em Porto Alegre, mas carrega consigo o peso de ser vítima de tráfico humano. O personagem enfrenta o dilema de vingar-se do traficante, arriscando sua permanência no país, ou seguir em frente, tentando esquecer o passado e alcançar a estabilidade que tanto deseja.

A produção de Malick promete ser uma reflexão poderosa sobre as dificuldades dos imigrantes e refugiados, além de destacar a luta de um homem para reconstruir sua vida após o trauma do tráfico humano.